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Pesquisa mostra como as estratégias de não mercado podem auxiliar empresas no seu desempenho e no processo de expansão

Cerca de 500 empresas brasileiras já foram avaliadas em estudo realizado desde 2007


por Roberta Ramos | 25/10/2023

O Grupo de Estudos sobre Estratégia e Performance ligado ao Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) estuda, desde 2007, como as estratégias de não mercado podem auxiliar empresas de países emergentes no processo de expansão e na sua performance. Cerca de 500 empresas brasileiras de capital aberto já foram avaliadas na pesquisa que visa contribuir para a disseminação dos estudos organizacionais que aliam estratégias de não mercado, teoria da agência e governança corporativa.

A pesquisa Conexões Políticas - Estratégias de não mercado de empresas em países emergentes, coordenada pela professora Rosilene Marcon, é o tema do projeto Minuto da Ciência do mês de outubro. A pesquisa busca compreender as conexões políticas das empresas brasileiras e os seus efeitos na relação com o ambiente.

Minuto da Ciência.jpg​#PraTodosVerem Imagem mostra mulher com roupa preta, de braços cruzados e sorrindo para a foto. Ao fundo aparece uma parede com plantas. Do lado esquerdo está escrito Minuto da Ciência, o nome da pesquisadora e da pesquisa. 

A pesquisadora explica que as estratégias de não mercado envolvem principalmente os atores sociais e os atores políticos e que, desde a década de 1990, muitas pesquisas internacionais mostram a importância das estratégias políticas para a sobrevivência das empresas que a implementam.

O estudo surgiu a partir da necessidade de avaliar se as estratégias das empresas de países emergentes, como o Brasil, eram similares com as utilizadas em países desenvolvidos. “Na época, toda a literatura disponível sobre estratégia era muito focada na experiência dos Estados Unidos e de alguns países europeus. E começamos a perceber que os países emergentes tinham que lidar com inúmeras questões e estratégias que as empresas de países desenvolvidos não precisavam. Identificamos que principalmente as grandes empresas de capital aberto e com ações listadas na Bolsa de Valores, que eram o nosso foco de pesquisa, usavam uma estratégia que chamávamos de conexão política, hoje englobadas dentro das ​​​estratégias de não mercado", explica Marcon.

A pesquisa analisou as doações de empresas para campanhas eleitorais desde 1998. O resultado aponta que empresas de países como Brasil, Índia e China utilizam estratégias de conexão política em busca de melhor performance e expansão de mercado. Os resultados mostram que praticamente todas as cerca de 500 empresas listadas na Bolsa de Valores trabalham com algum tipo de estratégia política.

“É um universo bastante grande, mas acreditamos que seja ainda maior do que os números indicam. Para termos dados de forma fidedigna e auditada, nós só podemos avaliar as empresas que publicam essas informações. Nos últimos anos a pesquisa também precisou direcionar esforços para avaliar as doações realizadas por pessoa física, visto que a doação por empresas não é mais permitida em campanhas eleitorais no Brasil", complementa a professora. 

A pesquisa mostra ainda a participação de ex-gestores públicos no conselho de administração das empresas e a participação direta e indireta do governo federal na estrutura de propriedade das empresas. “É possível identificar de forma muito clara a presença do governo federal como acionista dessas empresas, seja de forma direta como no caso da Petrobrás, ou de forma indireta via fundos de previdência de instituições do governo. É importante também ressaltar que esta é uma estratégia de negócio fundamentada e que nada tem a ver com corrupção. Os países emergentes ainda têm um mercado de capitais muito incipiente e as empresas precisam buscar estratégias para lidar com o mercado em que estão inseridas. A principal conclusão desta pesquisa é que as estratégias de não mercado têm sim um efeito muito positivo no desempenho das empresas avaliadas", conclui.  

A professora destaca ainda o caráter inovador da pesquisa, visto que poucos pesquisadores no Brasil estudam o tema. “Fora do Brasil isso já vem sendo estudado há um certo tempo, mas eu acredito que ainda temos muito a descobrir nesta área. Às vezes, pode parecer que o tema não nos diz respeito como cidadãos, entretanto, pensar de forma estratégica impacta na vida de todos nós. Desde a pequena empresa até uma multinacional, todas precisam tomar decisões de forma estratégica e saber interpretar os mercados em que estão inseridas. De forma individual, por exemplo, uma pessoa que decide investir seus recursos também precisa saber se o fundo de investimento se preocupa com isso. Por isso, a pesquisa é fundamental para avaliarmos a qualidade das nossas instituições e podermos tomar decisões, pessoais ou organizacionais, baseadas em dados e resultados", finaliza.

Minuto da Ciência

O Minuto da Ciência tem o objetivo de dar visibilidade aos resultados das pesquisas científi­cas e das atividades de ensino produzidas pelo corpo docente e discente da Univali, por meio de ações de comunicação com linguagem acessível e facilmente compartilhável pelas plataformas digitais.

O projeto apresenta uma pauta diferente a cada mês e o conteúdo está disponível nos canais da Univali no Facebook, Instagram, Youtube, Twitter, Linkedin e em univali.br/notícias.

O conteúdo multiplataforma é produzido pela Gerência de Marketing e Comunicação da Univali junto à Vice-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão.

 

 



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