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Processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência intelectual em SC e no RJ é tema de pesquisa

IBGE estima que 2,5 milhões de brasileiros façam parte deste grupo


por Roberta Ramos | 28/11/2023

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que aproximadamente 18,6 milhões de pessoas com mais de dois anos de idade têm alguma deficiência no Brasil, o que corresponde a 8,9% da população. A estatística faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022 que aponta também que 2,5 milhões de brasileiros têm deficiência intelectual.

As pesquisas sobre a inclusão escolar deste público vêm sendo amplamente discutidas desde a década de 1990 e ganharam força com a aprovação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva em 2008.

O processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência intelectual na educação básica motivou os pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) a desenvolverem a pesquisa A escolarização de alunos com deficiência intelectual: políticas públicas, processos cognitivos e avaliação da aprendizagem.

O estudo é o tema do sexto episódio do projeto Minuto da Ciência, conteúdo multiplataforma produzido pela Gerência de Marketing e Comunicação da Univali junto à Vice-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão.

Minuto da ciencia - Ep.6 - Regina Célia Linhares Hostins.jpg#PraTodosVerem Imagem mostra mulher com roupa preta sorrindo para a foto. No lado esquerdo está escrito Minuto da Ciência - episódio 6, o nome da pesquisadora e da pesquisa. 

A pesquisa teve início em 2013 e é resultado da convergência de trabalhos científicos desenvolvidos pela Univali, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a pesquisa envolveu nove pesquisadores e 34 bolsistas dos cursos de mestrado e doutorado das três universidades, além de 26 professores e 91 alunos com deficiência intelectual de 13 escolas de educação básica das redes municipais de ensino de Santa Catarina e do Rio de Janeiro.

“A investigação foi iniciada com o propósito de discutir com os professores das salas de aula comuns se as crianças com deficiência intelectual, de fato, fazem parte de todos os processos de ensino e aprendizagem desenvolvidos com os demais alunos. Hoje, nem se discute mais a questão do acesso à escola, pois esse é um direito garantido por lei. O que buscamos compreender é o que efetivamente vem sendo feito para que o aluno aprenda em conjunto com os demais colegas da turma e não de forma individual", explica a coordenadora regional do projeto, professora Regina Célia Linhares Hostins.

A pesquisa é baseada na premissa de que todas as pessoas com deficiência são ativas no processo de aprendizagem e têm condições de aprender, desde que inseridas em contextos interativos e colaborativos. “Essa é uma pesquisa em que o professor e o aluno estão envolvidos em todo o processo. A investigação, a coleta de dados e o planejamento das intervenções são realizados de maneira colaborativa, com o objetivo de identificar como está acontecendo a aprendizagem desse aluno no contexto da sala comum. Na mesma perspectiva de colaboração, nós desenvolvemos atividades nas salas de aula para compreender se esses alunos realmente estão fazendo parte deste universo. Em matemática, por exemplo, os jogos são uma excelente estratégia para elaboração de conceitos e para a inclusão. Mesmo desenvolvendo tarefas menos complexas, o aluno sente que está inserido na atividade e que pertence àquele lugar".

De acordo com a pesquisadora, o método colaborativo aplicado no desenvolvimento da pesquisa traz excelentes resultados e torna o processo de aprendizagem enriquecedor não somente para os alunos, mas também para os professores.

“Normalmente, quando o pesquisador entra em uma sala de aula a pesquisa pode ficar comprometida, pois o professor nem sempre age de forma natural. Com esse processo, a presença do pesquisador é previamente combinada, as atividades são planejadas e desenvolvidas em conjunto e o professor também aprende ao perceber que as sutilezas da intervenção fazem a diferença. Há uma tendência de achar que a pessoa com deficiência intelectual não aprende ou que ela aprende somente coisas simples. O que a gente observa é que há mais aprendizagem intelectual e social quando todos compreendem que esses alunos também fazem parte efetivamente do grupo".

A pesquisa teve duração de quatro anos e resultou em mais de 470 trabalhos acadêmicos, materiais didáticos, dossiês com resultados das pesquisas, teses, dissertações, artigos científicos, cursos de formação continuada, além da consolidação de parcerias institucionais nacionais e internacionais.

“Os resultados têm indicado que se o professor pensa junto, se há uma intervenção colaborativa entre o professor de atendimento especializado e o professor da sala de aula regular, há, de fato, mais progressos e mais aprendizagem. Com isso, ganham as crianças e suas famílias, ganham os professores e ganhamos nós como pesquisadores. Mesmo sendo um tema complexo e que ainda precisa ser bastante explorado, temos tido bastante sucesso nas pesquisas nessa área", finalizou. ​​​​

Minuto da Ciência

O Minuto da Ciência tem o objetivo de dar visibilidade aos resultados das pesquisas científi­cas e das atividades de ensino produzidas pelo corpo docente e discente da Univali, por meio de ações de comunicação com linguagem acessível e facilmente compartilhável pelas plataformas digitais.

O projeto apresenta uma pauta diferente a cada mês e o conteúdo está disponível nos canais da Univali no Facebook, Instagram, Youtube, Twitter, Linkedin e em univali.br/notícias


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