Itajaí - Uma pesquisa realizada no Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) analisou o perfil epidemiológico do carcinoma basocelular (CBC), nos municípios da Foz do Rio Itajaí, no ano de 2018. O estudo identificou a incidência de 289 casos por 100 mil habitantes, no período e região analisados, taxa 363% maior do que a estimada incidência nacional e 215% maior do que a estadual (134 e 79,4 por 100.000 habitantes, respectivamente).
O trabalho é de autoria do mestrando Théo Nicolacópulos, médico dermatologista, e foi realizado como pesquisa para conclusão do curso, sob orientação da professora Tatiana Mezadri. De acordo com o autor, o carcinoma basocelular é a neoplasia maligna mais comum nas pessoas e há um evidente aumento na sua incidência, especialmente nos países com população predominantemente caucasiana. Consiste em um carcinoma epitelial cutâneo assintomático e de baixa mortalidade, com crescimento indolente e raro potencial metastático. Porém, ele alerta que a o CBC tem capacidade de invasão local e possui alta morbidade, ou seja, pode gerar resultados negativos importantes tanto cosméticos quanto funcionais aos pacientes.
A pesquisa levantou a taxa de incidência e o perfil epidemiológico do carcinoma em laudos histopatológicos dos dois laboratórios de patologia da cidade de Itajaí, que é polo regional de saúde e referência neste serviço especializado para as outras dez cidades pertencentes à região da Foz do Rio Itajaí. As análises consideraram as seguintes variáveis: sexo, idade, subtipo histológico, localização e comprometimento de margens cirúrgicas.
Identificou-se 2.019 lesões no período observado, calculando-se coeficiente de incidência de 289 casos para cada 100 mil habitantes da região. O estudo evidenciou a média de idade ao diagnóstico de 14 a 65 anos e predominância de acometimento ao sexo masculino (52,6%). A localização mais frequente foi a face (55,1%) e o subtipo mais comumente verificado foi o nodular (65,6%). O comprometimento de margens cirúrgicas foi verificado em 11% dos laudos, com predomínio da positividade em margens periféricas (73,7%).
“A alta incidência de carcinoma basocelular na região da Foz do Rio Itajaí serve de alerta aos profissionais e gestores de saúde quanto à importância da prevenção e do diagnóstico precoce, para que haja tratamento adequado com melhor prognóstico e menores custos aos sistemas de saúde", ressalta o médico, autor da pesquisa.