Itajaí – Quem, na infância ou adolescência, teve uma ideia de projeto inovador, mas desistiu de colocá-lo em prática por não ter ajuda para transformá-lo em realidade? Essa é uma condição que acompanha muitos alunos da educação básica e foi justamente para auxiliar os estudantes a desenvolverem soluções para situações problema com alta demanda de capacidade criativa e de inovação que o Colégio de Aplicação da Univali (CAU) Itajaí criou, em parceria com o Laboratório de Inovação Tecnológica na Educação (Lite), o Laboratório Maker.
Fotos: Dales Hoeckesfeld
Trata-se de uma disciplina optativa do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e eletiva aos estudantes do ensino médio. A proposta é tornar o aluno protagonista do seu próprio aprendizado, baseado na ideia de "colocar a mão na massa", sob orientação do grupo do Lite, que é coordenado pelo professor André Raabe. Em 2017, foi o primeiro ano de oferta da disciplina. O período serviu de termômetro para ajustes e melhorias.
De acordo com o coordenador do Lite, o Laboratório Maker é uma inovação do CAU. Propostas semelhantes são aplicadas em escolas americanas e europeias, e em algumas de São Paulo. Porém, o CAU agrega uma série de diferenciais por estar em uma Universidade que faz pesquisa comprometida com a educação. "À medida que eles amadurecem, procuram maior complexidade e se aprofundam nas áreas de maior interesse. Isso tudo de forma natural e sob o nosso suporte e avaliação, que neste caso também é diferente, baseia-se em critérios como: participação, engajamento e presença", comenta Raabe.
Nas aulas, os estudantes podem escolher entre uma das três abordagens apresentadas: escolher uma atividade entre projetos pilotos disponíveis; criar algo livremente; ou participar de workshops ministrados pela equipe do Lite. As atividades são conduzidas pelos professores Ivan Dias de Jesus Filho, acadêmico de Ciência da Computação, e Larissa Aparecida Cucco, aluna de Engenharia Mecânica, sob o acompanhamento dos professores do CAU- Argus Rocha e Raphael da Silva, tendo como coordenadora Julia Peron, acadêmica de Engenharia da Computação. "A aula molda-se a partir do interesse deles, não existem respostas prontas. Testamos, pesquisamos e aprendemos muito juntos", revela Julia.
Gustavo Cadore da Silva, 13 anos, aluno do 8º ano, participa do Laboratório desde o ano passado. "Em casa não tenho todos os recursos que encontro aqui. Ano passado fiz um jogo. Neste ano, quero construir um robô que obedeça comandos", afirma. O Lite dispõe de computadores, impressora 3D, máquina de corte a laser, entre outros equipamentos.
Já Cecília Gonçalves, 14 anos, do 9º ano, admite que se inscreveu para a disciplina sem saber o que esperar. "Aqui é tudo muito diferente, estou adorando. Creio que vai me ajudar muito a desenvolver e descobrir minhas próprias habilidades", opina, enquanto constrói manualmente uma espada do seu personagem preferido de anime.
As aulas do Laboratório Maker ocorrem nas quintas e sextas-feiras à tarde, no Lite, localizado no 2º piso do bloco B6, no Campus Itajaí.
Crianças do contraturno também participam do Maker
O grupo do Lite também está atuando desde o início deste ano, no ensino fundamental 1, com alunos do contraturno do 3º ao 6º ano, de forma a prepará-los e instigá-los para esta diferente forma de aprender. Com eles, as atividades ocorrem toda sexta-feira de manhã, no Lite e na própria sala de aula do Colégio, sob supervisão da professora do CAU, Rita Simone Figueredo. "Estou encantada com este trabalho. São muitas descobertas, eles vislumbram projetos e a partir das invenções constroem conceitos", comenta a educadora.
O grupo realiza experiências das mais diversas, sempre com a proposta de colocar "a mão na massa" e registrar as produções. Eles já construíram uma gaita e uma catapulta, participaram da atividade "Química das Cores" e fizeram as suas próprias pás e vasos de garrafa pet para plantar alface.
Mais informações: (47) 3341-7546, na direção do CAU Itajaí | (47) 3341-4236, no Lite da Univali