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Documentário aborda estudo da Univali sobre mancha em praia de SC

Produção revela processo de pesquisa na Praia Central de Balneário Camboriú (SC)


por Wesley Martins - Estagiário de Jornalismo | 19/08/2020

Santa Catarina – O documentário “Arribadas”, que apresenta um estudo sobre as manchas na Praia Central de Balneário Camboriú (SC), foi lançado recentemente e está disponível no YouTube, em https://m.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=YudLaNxoOJ0.

 

A produção revela detalhes da pesquisa realizada entre abril de 2019 e março de 2020 por uma equipe multidisciplinar composta por representantes do curso de Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali),  Prefeitura de Balneário Camboriú (SC), profissionais de modelagem numérica, oceanografia física, química da água do mar e aspectos biológicos de algas e animais marinhos.

O trabalho teve como objetivo compreender os processos de arribadas, fenômeno também conhecido como briozoários, uma espécie de invertebrado marinho mais frequentes na primavera e verão que não apresenta riscos à saúde pública, mas provoca manchas escuras e mau odor na Praia Central de Balneário Camboriú desde 2003.

De acordo com o professor Charrid ResgaIla Jr., responsável pelos estudos, inicialmente acreditava-se que o padrão da circulação da enseada de Balneário Camboriú apontaria os prováveis pontos de origem das arribadas. Com esse sistema, segundo ele, foram determinadas as áreas com prováveis acúmulos de organismos por células de movimento da água. Da mesma forma, foi levantada a hipótese de que áreas de alta intensidade de onda como os costões rochosos também poderiam favorecer o fenômeno. No processo também foram realizadas obtenções de imagens subaquáticas, coletas com bombas de sucção e uma rede epibêntica para retirar amostras.

A pesquisa constatou que as arribadas são constituídas, principalmente por duas microalgas, que de acordo os pesquisadores, apresentam comportamento similar aos integrantes do grupo das diatomáceas da zona de arrebentação. Crescem atrás da linha de quebra da praia (antepraia) com o estímulo de excesso dos nutrientes, intensidade da luz, temperatura e o sistema de circulação da água da enseada. Ao formarem uma biomassa servem de substrato para outros organismos como briozoários e macroalgas. Em um processo contínuo, e por ação de ondas, a biomassa chega à praia, onde se acumulam em algum ponto até encalhar na areia.

A possibilidade de dragagem do Rio Itajaí-açu e o bota-fora (área de descarte) na costa foi descartada como responsáveis pelas arribadas, assim como a ocorrência do fenômeno por meio dos navios transatlânticos de turismo pois as amostragens nos locais de atracação não identificaram os organismos que causam o fenômeno. O estudo também observou que entre 1938 e 1978, as manchas escuras já apareciam na Praia Central de Balneário Camboriú em menor quantidade, levantando a hipótese de que o fenômeno teria ocorrência local. Segundo os pesquisadores, o aumento da biomassa está relacionado ao desenvolvimento da cidade e questões de saneamento; já proliferação das algas está ligada ao excesso de nutrientes de origem orgânica encontrados na enseada. 

Mais informações: cresgalla@univali.br, com o professor Charrid Resgalla Jr.
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