Tatiana Prazeres – Relações Internacionais


Em pouco menos de 10 anos a vida, deu uma guinada. A vocação para o serviço público e a competência do seu trabalho são marcas invejáveis de Tatiana Prazeres, egressa de Relações Internacionais na Univali. A da manezinha da Ilha, que hoje mora na capital federal e ocupa o cargo de Secretária de Comércio Exterior do Brasil.

Tatiana foi da primeira turma de Relações Internacionais da Univali, em São José, um dos cursos pioneiros no sul do país, em 1997. Como qualquer estudante de uma área nova, tinha poucas referências sobre a carreira, porém gostava de estudar e os temas internacionais lhe despertavam intensa curiosidade.

Até a formatura, em 2000, dedicou-se aos estudos e estágios. Paralelamente, cursava Direito na Universidade Federal de Santa Catarina e assim que terminou ambas as graduações passou a lecionar a disciplina de Direito Internacional Público, nos cursos de Relações Internacionais e Direito, da Univali.

Em 2002, uma nova porta se abriu. Tatiana passou no concurso para analista de comércio exterior no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A mudança para Brasília foi o start da trajetória pública. "Foi muito bacana sair daqui e me deparar com uma série de oportunidades que a gente nem fazia ideia que existiam na época da faculdade" comenta.

Alguns anos depois de se estabelecer em Brasília, Tatiana foi chamada para trabalhar na Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex), no cargo de coordenadora internacional. Sua função era fazer interface com agências de outros países para realização de eventos no exterior e promoção comercial.

As inquietações de relações internacionais impulsionaram a egressa para outros desafios, desta vez fora do país.  Tatiana passou meio ano nos Estados Unidos, dedicando-se ao doutorado em Relações Internacionais na Universidade de Georgetown e um ano e meio em Genebra, trabalhando junto às Organizações das Nações Unidas (ONU). "Para quem faz RI a experiência de morar no exterior é muito recomendável", conta.

Trabalhou na agência da ONU chamada Internacional World Trade Center, com a missão de ajudar países em desenvolvimento a promover suas exportações. A egressa afirma que as experiências acumuladas na agência do Brasil puderam ser repassadas a outros países, entre eles, Indonésia, Nepal e Síria.

Na Síria inclusive, ela destacou a experiência de ter que se apresentar toda coberta com um turbante para dar um curso sobre como o país poderia aproveitar o ingresso na OMC para exportar mais. "Foi uma experiência enriquecedora ver o mesmo tema que eu já trabalhava no Brasil na perspectiva de outros países em desenvolvimento" relembra.

A volta ao Brasil ocorreu no início do ano passado. De volta a Apex, ela passou um ano dedicando-se 100% a um projeto junto à China. Até o início de 2011, quando foi indicada ao cargo de Secretária de Comércio Exterior.

"Eu lembro que quando eu passei no concurso em 2003, eu imaginava: 'Se eu fosse diretora do departamento de Relações Internacionais', e de repente, eu chefio esse e outros departamentos. É uma responsabilidade muito grande, mas sem dúvida uma oportunidade muito interessante", diz.

Segundo ela, "ser da casa" favoreceu a indicação e na sua avaliação, o governo também está passando por um processo de valorização dos quadros técnicos, sendo que o doutorado foi ponto forte no seu currículo. Dos desafios do cargo, Tatiana avalia os resultados dos últimos anos como favoráveis, mas pondera que é necessário ficar atento ao cenário da crise mundial.

​"A China é cada vez mais importante para o Brasil e o que acontece na China realmente tem impacto brutal. Há 10 anos a China era o 11ª parceiro comercial, hoje é o primeiro. O efeito da situação internacional sobre a economia chinesa define os grandes desafios para os próximos anos do comércio exterior no Brasil", salienta.

No auge da sua carreira profissional, Tatiana também se prepara para um grande passo na vida pessoal, vai se casar em breve e o noivo é um diplomata. "Ele também viaja bastante de modo que um é muito compreensivo com a vida e a carreira do outro e, eventualmente a gente se encontra em algum lugar do mundo também", sorri.

​No encerramento da entrevista, a egressa que veio a Univali para palestrar durante o 1º Congresso de Relações Internacionais fez questão de ressaltar a alegria de falar aos estudantes e relembrar os tempos em que era aluna. "Voltar a Univali me permite refazer a minha história. Eu vejo a minha experiência aqui como uma peça muito importante nesse quebra cabeça que é a minha vida e eu tenho muito carinho por tudo que passei na universidade" conclui.

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