Após intercâmbio, pedagogo faz carreira na Alemanha


por Univali | 17/07/2015

Durante a faculdade, Carlos Fernando da Silva Santos, egresso do curso de Pedagogia da Univali, saiu de Camboriú para fazer um intercâmbio em Portugal, e sua vida nunca mais foi a mesma. Hoje, ele mora em Munique, na Alemanha, e trabalha em um Kindergarten, um centro de educação infantil, como professor.

Em 2004, Carlos foi estudar na Universidade do Minho, em Portugal. Escolheu o país, pois queria aprofundar conhecimentos sobre os métodos de ensino da Escola da Ponte. Quis o destino, que ele conhecesse Petra Nölke, uma jovem alemã que na época também estava no país. Tornaram-se amigos e no final do intercâmbio, ao retornar para o Brasil, já eram namorados. Mesmo divididos por um oceano, o relacionamento seguiu, e em 2010, Carlos se casou com a alemã.

 “Depois de cinco anos namorando pela internet, decidi deixar tudo no Brasil para me casar, e também, porque devido ao ótimo currículo obtido na Univali, conseguir ser aceito em um centro de educação infantil na cidade de Munique”, conta.

Assim que chegou na Alemanha, Carlos trabalhou em uma escola infantil brasileiro-alemã, mas ele buscava o contato direto com o idioma, e então mudou para um Kindergarten, um jardim de infância alemão. Atualmente, o camboriuense é professor responsável por um grupo de 24 crianças e, após cinco anos, continua fascinado pelas formas de ensino do país.

“A metodologia pedagógica na educação infantil alemã é totalmente diferente do que é praticado no Brasil. Eu tive que de certa forma abrir minha mente e estar disposto a reaprender muitos conceitos”, comenta Carlos.

A ausência do quadro negro, as avaliações totalmente conceituais e a proibição de alfabetizar as crianças na primeira fase da infância são alguns exemplos do modelo, que preza pelo conceito de "Selbstständigkeit", que quer dizer “ser independente”. Na escola alemã, as crianças tem todo tipo de material disponível para que de acordo com sua vontade, tempo, gosto e interesse, possa, desenhar, pintar, escrever, produzir o que quiser e quando quiser. Elas participam e ajudam a preparar a mesa para tomar café da manhã, almoçar ou fazer o lanche da tarde ou para produzir algum tipo de atividade.

“Por mais que eu descreva, as palavras não conseguem expressar como é ver, vivenciar as crianças fazendo tudo isso. Crianças de três anos almoçando com garfo e faca, e quando não conseguem, solicitam ajuda de uma criança maior ou um adulto presente. Todos os dias sou surpreendido com a capacidade do ser humano, inclusive quando é motivado a conquistar seus objetivos de forma independente”, enfatiza.

SER PROFESSOR: UM SONHO REALIZADO
2015_07_16-perfil_carlos.jpgA aptidão pela Pedagogia surgiu cedo, quando fez o magistério na Escola Professor José Arantes, em Camboriú. De vida simples, com 15 anos, ele e seus irmãos já davam aula para crianças na Escola Bíblica Dominical. Entrou na faculdade em 2002 e garante: “Pedagogia na Univali foi um sonho realizado”.

E um dos principais motivos pelo qual escolheu a universidade foi o Coral da Univali. “Eu era o maior fã do Coral. Participei por quase três anos”, revela. Envolvido e comprometido, também foi bolsista pesquisador na graduação e no Mestrado em Educação e adorava participar de eventos como o OPA.

Antes do intercâmbio, que revolucionou a sua carreira, e da mudança para a Europa, Carlos foi professor de violão para crianças do contraturno escolar e alfabetizador no CAIC do Bairro Monte Alegre, em Camboriú. Essas experiências, unidas a graduação e a convivência com professores, que para ele foram “inesquecíveis”, sinalizaram sua vocação de professor.

Feliz e satisfeito com a carreira, e estabelecido na Alemanha, Carlos não planeja voltar para o Brasil, e ressalta que o ensino lhe dá recompensas que segundo ele, não se compara a nada. “Gratificante é quando meus alunos me chamam carinhosamente de "cali" e dizem: "Cali, ich habe dich liebe" - Cali, eu te amo”, emociona-se.

 
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