Eduarda superou a perda de visão e se formou em Psicologia


por Univali | 18/11/2015

Ela perdeu a visão logo na infância. Aos 6 anos, Eduarda Zimmermann Beker já era totalmente cega. Quando ainda era criança, chegou a passar por 10 cirurgias para correção da retina. “Foi no dia 22 de dezembro de 1998, eu me recordo como se fosse ontem, estávamos próximos da véspera de Natal e as últimas coisas que eu lembro de ter visto, foram os enfeites da tão esperada data”, lembra a egressa.

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Apesar de toda dificuldade de aceitação e adaptação da sua nova condição, Eduarda, que já tinha paixão pelos estudos, começou a fazer aulas de braile para voltar ao ensino regular. Anos depois, já no Ensino Médio, participou do OPA, o evento de profissões da Univali, e foi aí que a futura psicóloga decidiu o seu destino.

“Eu sempre tive certeza que queria atuar na área da saúde, mas não sabia ao certo com o quê. Pensei em psiquiatria mas acabei optando pela psicologia. Meus pais sempre me apoiaram muito, assim que eu saí do ‘terceirão’, passei em 7º lugar no vestibular, e não concorri a nenhuma vaga reservada”, conta.

Durante a faculdade, Eduarda superou novos obstáculos. No início, segundo ela, o meio acadêmico lhe causava certo pavor. “Eu tinha receio de como seria dentro de uma universidade. Medo do preconceito, de como as pessoas me tratariam. No entanto, fui surpreendida. Fui muito bem recepcionada pelos alunos e pelos professores, recebi também, muito amparo da Universidade em si”, salienta a egressa.

Na época, Eduarda recebia auxílio dos agentes do Programa de Atenção aos Professores, Egressos e Funcionários (Padef), que ajudavam na locomoção dentro do Campus, transcrição de textos e readaptações, e ainda, no acompanhamento em sala de aula. Atualmente, o setor que realiza esse tipo de atendimento é o Núcleo de Acessibilidade da Univali (NAU).

Ainda durante o curso, a psicóloga participou de quatro estágios curriculares. Chegou a trabalhar na Clínica da Univali, mas se apaixonou mesmo pelo serviço dentro do Corpo de Bombeiros de Itajaí. Lá, ela realizou atendimentos psicológicos voltados à equipe do 7º Batalhão.

Hoje, aos 24 anos, Eduarda é servidora pública concursada do município de Itajaí, e realiza atendimentos na Unidade Básica de Saúde, no Bairro Costa Cavalcante. A egressa faz especialização na área de Saúde Mental e trabalha, ainda, semanalmente, com terapia comunitária em grupo, também em Itajaí.

Paralelamente, ela continua sua atuação no Corpo de Bombeiros e sonha em se tornar uma bombeira voluntária. Já possui um curso básico de atendimento emergencial e está participando, atualmente, do curso avançado.

“Eu aprendi muita coisa nos últimos anos. Dentro da Universidade aprendi a ultrapassar barreiras, vi que nada na vida é tão difícil quanto parece. No meu trabalho dentro do Corpo de Bombeiros, aprendi a superar meus medos, até rapel eu fiz”, brinca. “O meu atual serviço tem um perfil diferente do que eu costumava desenvolver, é um trabalho mais delicado, e eu precisei de uma severa readaptação. Mas acredito que a vida seja assim, todo dia um novo aprendizado”, garante.

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