Alunas do Colégio de Aplicação da Univali (CAU) apresentaram na última terça-feira, dia 13 de novembro, às 16h30 e às 19h, no Espaço de Exposição Sala Verde, localizado no bloco D2 do Campus Itajaí, a performance #NãoRecomendadas. A exposição em movimento desenvolveu-se no Laboratório de Artes Cênicas e abordou questões sociais levantadas pelas próprias estudantes, consideradas como latentes e comuns em suas vivências como adolescentes em processo de amadurecimento social e crítico.
Fotos: Dales Hoeckesfeld
Ana Paula Beling, atriz e professora responsável pelo Laboratório de Artes Cênicas do CAU, explica que este trabalho teve início a partir de um diálogo sobre os tipos de montagem teatral que os estudantes poderiam explorar nas aulas. Foram propostos três tipos de montagem: montagem tradicional, montagem de espetáculo de improviso e performance – em estilo contemporâneo. Por escolha, a turma trabalhou nas duas últimas opções, inclusive alguns grupos já se apresentaram durante este semestre. Alexsandra Gohr de Paula, Gabriella Walichek Souza, Giulia Simoni Medeiros, Júlia Neuberger Galvan, Lorena Marques Argoud e Luiza Pereira integram o elenco desta performance, cujos temas foram: violência contra a mulher; violência contra os LGBQTI+, preconceito com as diferenças; ditadura militar e padrões de beleza.
No decorrer do processo, no intuito de estreitar os laços entre o CAU e o ensino superior, estabeleceu-se uma parceria com o Laboratório Sala Verde, por meio do professor José Matarezi e do grupo de estagiários acadêmicos que acolheram a proposta de sediar a apresentação. A relação espacial das performances foiinusitada. Os espectadores transitaram pelas cenas, num formato de visita a uma exposição de obras de arte. Os corpos e as atuações das estudantes foram as obras vivas e em movimento, num efeito looping (repetidas vezes).
O título escolhido #NãoRecomendadas vem de uma das referências artísticas utilizadas pelas estudantes para a composição de suas obras performáticas - a letra da música "Não recomendado", de Caio Prado, que trata da homofobia e do preconceito contra o diferente ao que se vê como "normal" e "aceito" pela sociedade. A performance integra cinco obras temáticas, elaboradas e aperfeiçoadas pelas estudantes, de acordo com suas pesquisas e relações com os temas. Já a parte técnica e artística ficou sob a coordenação da professora, que as orientou na atuação, parte estética e na exploração corporal cênica e espacial.
"O CAU estimula a autonomia, a formação crítica e ética do ser, o respeito à diversidade e a pluralidade de ideias, e a arte é uma linguagem que tem todo o potencial para explorar essas questões de forma responsável e respeitosa", pondera Ana Paula.
Bruna Mello, psicóloga do Colégio, defende que atividades como essa contribuem para a formação ética do estudante, fortemente ligada à ideia de respeito, diversidade cultural, empatia e de promoção de direitos. "Esta é uma oportunidade de crescimento e de aprendizado individual e coletivo", opina.
