Itajaí - Um estudo realizado pela aluna de doutorado
do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da Universidade
do Vale do Itajaí (Univali), Audrey Amorim Corrêa, com a orientação do
professor André Barreto e colaboração de João Henrique Quoos, docente no
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), utiliza a técnica de sensoriamento
remoto como ferramenta para gestão e conservação de baleias, mamíferos marinhos
da ordem dos “cetáceos”, no Oceano Atlântico Sul Ocidental.
“O artigo sugere a viabilidade do uso de imagens de satélite para identificar
baleias francas em seu habitat. Embora outros trabalhos tenham utilizado a
mesma metodologia com grandes baleias, até onde sabemos, este é o primeiro que
compara dados de satélite com levantamentos in situ. Os resultados deste
artigo podem ser uma ferramenta importante para a conservação, especialmente em
países onde o financiamento para pesquisa é escasso”, destaca Audrey.
No momento, a pesquisa pretende testar metodologias utilizando ferramentas automatizadas
que permitam a coleta sistemática e contínua de dados de distribuição dos
cetáceos buscando fortalecer a gestão e manejo das espécies, especialmente em
unidades de conservação. O grupo acredita que a possibilidade de monitoramento
por meio de imagens de satélite de baixo custo e rápida disponibilidade será
uma ferramenta de utilidade para ações de gestão e manejo em áreas marinhas
protegidas e para pesquisas relacionadas ao uso de habitat e conservação de
grandes baleias.
O professor João Quoos, que é doutorando do Programa de Pós-Graduação em
Geografia da Universidade de Santa Maria (UFSM) e integrante do Grupo de
Pesquisa Patrimônio Natural, Geoconservação e Gestão da Água (Pangea), produziu
um vídeo utilizando uma imagem da Agência Espacial Francesa (CNES)/Airbus, no
qual ilustra a presença e proximidade de baleias francas na enseada de
Ribanceira e Ibiraquera em Imbituba (SC), na Área de Proteção Ambiental (APA).
No local, também foi possível identificar grupos da espécie que coincidem com
os dados coletados a partir de sobrevoos do Instituto Australis. O vídeo pode
ser visto aqui.
Entre 2017 e 2019, a equipe já havia desenvolvido uma pesquisa sobre o uso de
imagens de satélite para localizar e quantificar grupos de baleias francas em
uma área reprodutiva do Sul do Brasil.