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Educação Para Transformação: Grupos de Estudos Interdisciplinares de Agroecologia e Produção Orgânica

 


por | 20/03/2017

A agricultura, nos últimos 50 anos, passou por um processo de industrialização conhecido por Revolução Verde visando sua “modernização”. Seu propósito consistiu em elevar ao máximo a capacidade produtiva dos cultivos, garantir condições ecológicas apropriadas e reduzir predadores por meio da utilização de agrotóxicos, colaborando dessa forma com o aumento da produtividade no campo e a eliminação da fome. É evidente que a modernização da agricultura trouxe inúmeros benefícios às pessoas e à economia. Contudo, várias foram as consequências ambientais e sociais negativas. O latifúndio, o êxodo rural, a exclusão social e problemas ambientais como desmatamentos, contaminação e ocupação desordenada, tanto pela expansão das áreas agrícolas, quanto pelas cidades e indústrias são exemplos de problemas que tiveram origem nesse período. Ressalta-se, ainda que o caráter concentrador de riquezas e de benefícios sociais associados a Revolução Verde provocou alterações significativas na forma e estrutura da agricultura familiar.
           A agricultura familiar no Brasil, ao longo desse período, foi tratada com pouca relevância como política de desenvolvimento agrário, mesmo sendo considerada responsável por produzir a maioria dos alimentos que chegam à mesa do consumidor. A produção agrícola brasileira foi historicamente estruturada em um sistema fundiário de concentração de terras e na produção baseada na monocultura, destinada à exportação. Esse modelo de exploração dos recursos naturais e do trabalho humano tem causado agravos ao meio ambiente e ao conhecimento de comunidades tradicionais. A saída de agricultores familiares, do campo para cidades, gerou ainda mais concentração fundiária, crescimento desordenado das cidades e o surgimento de milhares de famílias sem terra. Além disso, como consequência direta da Revolução Verde, aumentou a pobreza e a insegurança alimentar nas áreas rurais. Outra preocupação, com relação a área rural, é o envelhecimento de sua população. Os jovens, “herdeiros” desta situação social, almejam viver nas cidades com o sonho de ter acesso a melhores empregos e melhor qualidade de vida.
Uma alternativa para romper com essas desigualdades é a transição de um modelo de produção da agricultura convencional para a agroecológica. Trata-se de uma nova abordagem que integra os princípios ecológicos e socioeconômicos à compreensão e avaliação do efeito das tecnologias sobre os sistemas agrícolas e a sociedade como um todo. Uma abordagem que estimula os pesquisadores a conhecerem as técnicas tradicionais utilizadas pelos agricultores no cultivo e a desenvolver novas técnicas que elimine a utilização de insumos agroquímicos. Em conjunto com o sistema agroecológico emerge uma alternativa de produção de alimentos orgânicos. São produzidos a partir de um sistema de produção natural que não se limita a uma cultura somente, mas que considera o conjunto das explorações da unidade produtiva. Na agricultura orgânica a conservação ambiental é um componente essencial para produção, além de destacar como base de produção, a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do solo (SOARES; FIGUEIREDO, 2012).
          Para que a agricultura familiar, de base agroecológica seja fortalecida é fundamental que a pesquisa e a extensão incorporem novos conhecimentos e desenvolvam uma visão crítica sobre os impactos da agricultura convencional, bem como seja debatida a autonomia dos agricultores diante dos desafios técnicos e organizacionais que enfrentam. Esse processo pode ser efetivado pela inclusão referenciais teóricos/metodológicos da agroecologia, na formação dos jovens que estão nas universidades, nas diversas áreas de conhecimento, e também para agricultores familiares. Na perspectiva de Moreira (2003), para uma transição agroecológica é necessário tecnologias e métodos adequados à realidade da agricultura familiar e as experiências práticas e teóricas dos movimentos de agricultura de base ecológica.
             Levando-se em  consideração as questões apresentadas justifica-se a criação de um  Grupo de Estudos Interdisciplinar de Agroecologia, uma vez que o projeto de extensão Educação para Transformação: Meio Ambiente, Saúde e Genêro possibilitará a implementação de estratégias que permitam a consolidação institucional que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos dois anos por pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí e  enquanto espaço acadêmico estratégico no desenvolvimento de pesquisas e atividades de ensino e extensão especialmente para a formação continuada dos acadêmicos e das mulhesres agricultoras.
             Acrescenta-se que como resultados espera-se promover o diálogo, a construção coletiva de novas práticas em produção orgânica, apoiado às organizações envolvidas na transição agroecológica, sistematização e socialização de experiências dos agricultores familiares. Busca-se, também consolidar ações de pesquisa e extensão que contribua para o desenvolvimento de redes em agroecologia que privilegie o desenvolvimento rural sustentável. Além disso, espera-se aproximar acadêmicos, profissionais, agricultores (as) e instituições por meio de trocas de experiências e saberes que promovem o intercâmbio de conhecimentos voltados para a transição agroecológica. E por último, ressalta-se que a criação do núcleo possibilitará a qualificação, no sentido da transição agroecológica, mostrando os caminhos, desafios e oportunidades técnico-científicas deste tema.
Nesse contexto, a universidade cumpre um papel importante na formação dos cidadãos que pensam em alternativas que respeitem o meio ambiente e promovam a saúde da população na medida em que sujeitos críticos e éticos possam contribuir para mudanças sociais. "A existência de um é a própria condição da existência do outro".

Objetivo

Criar um  Grupo de Estudos Interdisciplinar de Agroecologia, uma vez que o projeto de extensão Educação para Transformação: Meio Ambiente, Saúde e Genêro possibilitará a implementação de estratégias que permitam a consolidação institucional que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos dois anos por pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí e  enquanto espaço acadêmico estratégico no desenvolvimento de pesquisas e atividades de ensino e extensão especialmente para a formação continuada dos acadêmicos e das mulhesres agricultoras.

Programação

20/03/2017
KATIA REGINA SGROTT SAUER MACHADO
MÁRCIA GILMARA MARIAN VIEIRA
TEMÁTICAS: APRESENTAÇÃO DO PROJETO EDUCAÇÃO PARA TRANSFORMAÇÃO: MEIO AMBIENTE, SAÚDE E GENERO
                       CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS
                       ADUBAÇÃO ORGÂNICA
OSCAR BENIGNO IZA
DEODORO HERMES DA SILVEIRA JUNIOR
 ATIVIDADE NA HORTA ORGÂNICA EXPERIMENTAL: COMPOSTEIRA DE LEIRA

17/04/2017
KATIA REGINA SGROTT SAUER MACHADO
MÁRCIA GILMARA MARIAN VIEIRA
TEMÁTICAS: AGROECOLOGIA VIDA DIGNA NO CAMPO
                       CONSERVAÇÃO DO SOLO
CIRLEI MARIETA DE SENA CORRÊA
TEMATICA: HORTAS URBANAS
OSCAR BENIGNO IZA
 ATIVIDADE NA HORTA ORGÂNICA EXPERIMENTAL: PREPARAÇAO DOS CANTEIROS E MANEJO DO SOLO

15/05/2017
KATIA REGINA SGROTT SAUER MACHADO
MÁRCIA GILMARA MARIAN VIEIRA
TEMÁTICAS:  ADEQUAÇÃO AMBIENTAL
                       AGRICULTURA CONVENCIONAL X AGRICULTURA ALTERNATIVA
OSCAR BENIGNO IZA
 ATIVIDADE NA HORTA ORGÂNICA EXPERIMENTAL: SEMEAR AS SEMENTES

19/06/2017
KATIA REGINA SGROTT SAUER MACHADO
MÁRCIA GILMARA MARIAN VIEIRA
TEMÁTICAS: SISTEMAS AGROFLORESTAIS
                       O PROCESSO DE TRANSIÇÃO PARA UMA AGRICULTURA ALTERNATIVA E SUSTENTÁVEL   

OSCAR BENIGNO IZA
 ATIVIDADE NA HORTA ORGÂNICA EXPERIMENTAL: CULTIVO DE MUDAS

TODOS OS DIAS DAS 13:30 AS 14:30 h os bolsistas participantes do projeto de extensão estarão no espaço da HORTA ORGÂNICA EXPERIMENTAL PARA CUIDAR E FAZER MANUTENÇÃO DOS CANTEIROS.
Ana Carolina Gelschleiter Borges– Ciências Biológicas
Micheli Soares dos Santos– Ciências Biológicas
Igor de Santana Sousa Bittencourt – Ciências Biológicas
 Amanda Clemente Schlindwein – Ciências Biológicas
Jacqueline Aldana Barrera - – Ciências Biológicas
Larissa Tuany Barth– Enfermagem

Ministrante
  1. Márcia Gilmara Marian Vieira / COORDENADORA DO PROJETO

Docente dos cursos de graduação de Ciências Biológicas, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica e Engenharia ambiental da Universidade do Vale do Itajaí. Tenho experiência na área de Química, com ênfase em Química Ambiental, atuando principalmente no seguinte tema: Metodologia AOX para Análise Ambiental e Vigilância ambiental em empreendimentos agroecológicos como uma ferramenta promotora da saúde: estudo nas Encostas da Serra Geral Catarinense. Oriento pesquisas de Iniciação Científica, trabalhos de conclusão de curso e dissertação de mestrado. Atualmente, sou professora no mestrado da Saúde e Gestão do Trabalho Profissional, atuando na linha de pesquisa Saúde da Família na Perspectiva Interdisciplinar com foco no Meio Ambiente, Qualidade de Vida, Bem Estar, Vigilância Ambiental e Promoção da Saúde. Sou delegada da Conferência Nacional do Meio Ambiente - Resíduos Sólidos (realizada em 2013 em Brasília).

  1. Oscar Benigno Iza

Possui Graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade do Vale do Itajaí (1995) e Mestrado em Biologia Vegetal, Área de Concentração Ecologia Vegetal, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002). Atualmente é Curador Herbário Lyman Smith e Professor de Morfologia e Sistemática de Fanerógamas e Botânica Econômica (UNIVALI). Obteve a Licenciatura em Ciências Biológicas no Centro Universitário Leonardo da Vinci (2012).Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Vegetais Superiores, atuando principalmente nos seguintes temas: Florística, Ecologia, Conservação, Botânica Econômica e Economia Ambiental.

  1. Cirlei Marieta de Sena Corrêa

Possui doutorado em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC- (2008); mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000) e, licenciatura em Matemática pela Universidade Regional de Blumenau - FURB - (1985). Professora aposentada na rede estdual de SC. Atualmente é professora horista da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI onde ministra aulas no Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar e também no Núcleo das Licenciaturas. A longa experiência no ensino de Matemática na Educação Básica e no Ensino Superior possibilita que desenvolva projetos no ensino, pesquisa e extensão da UNIVALI. No ensino tem o desafio de auxiliar os acadêmicos a derrubar obstáculos que dificultam a aprendizagem da Matemática . Na extensão, atua no projeto Ensino Médio Inovador e Educação que tem o objetivo de auxiliar no desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras. Na pesquisa a ênfase tem sido a inovação pedagógica, uma linha de pesquisa do grupo de pesquisa docência e formação. A pesquisa, ensino e extensão também fazem parte do Programa de Iniciação à Docência - PIBID, no qual atua na função de gestora de processos educacionais. realiza pesquisas sobre o ensino e aprendizagem da matemática em contextos específicos; robótica educacional; formação de professores de Matemática e estratégias metodológicas para o ensino e aprendizagem de Matemática. Espaços educativos diferenciados, como as Casas Familiares Rurais e do Mar, também fazem parte de suas investigações.

  1. Katia Regina Sgrott Sauer Machado

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (1988), mestrado em Biologia - Dalhousie University (1991) e doutorado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Atualmente é professor da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e professor da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Marinha, atuando principalmente nos seguintes temas: bentos, bioincrustação, costões rochosos, macroalgas e sucessão ecológica.

  1. Deodoro hermes da silveira junior

Técnico em Agricultura sustentável

Informações Adicionais

Data: 20/03/2017 a 19/06/2017
Horário: 14:00 as 18:00
Local: Universidade do Vale do Itajaí - Campus Itajaí - auditorio centro de vivência
Valor: Isento

Mais Informações

Responsável: Márcia Gilmara Marian Vieira
Telefone: (47) 3341-7712
E-mail: mmarian@univali.br

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