Para a juíza Fabriziane Stellet Zapata, "a sociedade tem um papel de grande relevância na proteção da mulher, visto que a grande causa da violência está no machismo estruturante dessa mesma sociedade brasileira. As pessoas naturalizam a violência contra mulher e não observam que, no dia a dia, em pequenos atos, mulheres são vítimas de violência, discriminação e discursos de ódio apenas pelo fato de serem mulheres." Ou seja, o machismo está enraizado em todas as camadas sociais e constantemente viola as mulheres, prejudicando sua atuação na ocupação em espaços de grande importância. Em 1832, a escritora Nísia Floresta perguntou "por que [os homens] se interessam em nos separar das ciências a que temos tanto direito como eles, senão pelo temor de que partilhemos com eles, ou mesmo os excedamos na administração dos cargos públicos, que quase sempre tão vergonhosamente desempenham? (FLORESTA, 1832, p.94). Portanto, abordar esse tema é um desafio, pois através do diálogo será proposto reflexões com o anseio de difundir a conscientização.
Ainda, de acordo com o Relatório do Escritório das Nações Unidas de Direitos Humanos (ACNUDH), "a violência motivada pela homofobia e transfobia é muitas vezes brutal e em alguns casos, caracterizada por níveis de crueldade superior à de outros crimes de ódio. Estes (atos violentos) constituem violações graves dos direitos humanos, muitas vezes realizadas com impunidade, o que indica que as atuais disposições para proteger os direitos humanos dos LGBT e intersexuais são inadequadas." Nesse mesmo sentido de violar direitos fundamentais, pesquisas demonstram que “apenas 30% das mulheres LBT se assumem em ambiente de trabalho". Ou seja, mulheres cuja orientação sexual não segue a regra tradicional, ainda são alvo de atitudes discriminatórias constantes, em todos os graus imagináveis. Diante disso, surge a necessidade de viabilizar espaços que possibilitem a fala de todas as mulheres, permitindo que possam ter, além de voz, o incentivo para compartilharem suas experiências, seus anseios, necessidades e suas realidades. Ainda, compreende-se como necessário e urgente, fomentar o uso de espaços que possibilitem a visibilidade necessária à causa, tendo em vista que mesmo diante de inúmeros instrumentos legais, as mulheres, em especial as LBT, são vítimas diárias de todos os inúmeros tipos de violência. Com isso, objetiva-se ampliar o debate, dando voz às causas femininas de maneira a combater todas as violências sofridas, para finalmente terem a chance de viverem com respeito e dignidade, ocupando todos os espaços da sociedade.
Objetivos
Viabilizar espaços de fala a fim de que as mulheres os ocupem para retratar suas realidades, suas histórias, seus conhecimentos, bem como para dar visibilidade a causa, com o objetivo de que assim possamos combater são somente o preconceito, mas também a violência sofrida, pra viverem com respeito e dignidade, ocupando todos os espaços da sociedade.
Informações adicionais
Data: No dia 24/03/2021 ocorrerá a primeira palestra e no dia 31/03/2021, a segunda.
Horário: 19h
Valor: Isento
Mais informações
Responsável: Diretório Central dos Estudantes (Responsável Mayara)
E-mail: dce@univali.br
Telefone: (47) 3341-7617