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Equipe do PMP-BS atende golfinho que encalhou em Balneário Camboriú

O animal foi encontrado na arrebentação da Praia Central e seguiu monitorado dentro do mar por mais de 20 horas


por Deborah Garcia Boeira | 26/04/2017

A manhã do dia 20 de abril vai ficar para a história do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos aqui de Penha/SC. Foi por volta das 11 horas que a equipe da Univali recebeu um acionamento sobre um golfinho encalhado na praia Central de Balneário Camboriú. Imediatamente os veterinários e técnicos do projeto foram para o local para tentar estabilizar o animal.

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De início a equipe medicou o golfinho, que respondeu bem. Por esse motivo a opção foi tentar a primeira soltura. Porém ele acabou voltando para a costa e novamente encalhou na praia. Aparentemente debilitado e com alguns ferimentos, o animal da espécie Stenella attenuata, foi monitorado durante mais de 20 horas. A operação que se estendeu por toda madrugada, contou com a formação de uma equipe de peso. Além dos especialistas do PMP-BS, estavam membros da Secretaria do Meio Ambiente (Semam), do Instituto Anjos do Mar Brasil (IAMB), do Controle de Pragas e Tratamentos Fitossanitários (CCPU), do Corpo de Bombeiros Militar, alunos do curso de Bombeiros Voluntários e também da Guarda Ambiental, todos do município de Balneário Camboriú.

Ao longo do monitoramento o animal apresentou indícios de recuperação. Assim que amanheceu mais uma tentativa de soltura foi realizada, porém o golfinho não conseguiu passar a arrebentação, demonstrando que ainda estava debilitado e precisava de mais cuidados. Por esse motivo, a decisão foi de transportá-lo para a Unidade de Estabilização de Animais Marinhos, localizada em Penha, para possibilitar uma melhor avaliação do estado de saúde do animal e a realização de um tratamento mais eficaz. Segundo Jeferson Luís Dick, coordenador da unidade, a transferência do animal possibilitaria melhores condições para o tratamento. O local foi recém-inaugurado e conta com toda estrutura para receber animais marinhos em situações debilitadas como no caso do golfinho encontrado.

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Toda logística para o transporte foi organizada para que nenhum dano maior fosse causado ao animal. Mas durante o percurso, infelizmente ele teve uma piora no quadro, entrou em choque e veio a óbito.

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Como o golfinho já estava sem vida quando chegou à Unidade de Estabilização, a equipe do PMP-BS iniciou um processo de necropsia para investigar os reais motivos que contribuíram para quadro de instabilidade do animal. A veterinária Tiffany Emmerich foi a responsável pela necropsia realizada e explicou que o animal era uma fêmea adulta e apresentava um quadro de debilidade geral. "O golfinho estava com inúmeras lesões na pele e inflamação purulenta no interior de globo ocular, reduzindo significativamente a sua capacidade visual", explicou Tiffany. A veterinária também ressaltou que estes animais possuem um sistema modificado de recebimento de sinais, semelhante a um sonar, o que aumentam suas chances de adaptação no ambiente marinho ainda que cegos.

Também foram constatadas diversas marcas lineares e profundas na pele das nadadeiras. Estas são lesões características de objetos finos como os fios de Nylon utilizado em linhas e redes de pesca. Outro detalhe que chamou atenção da equipe foi algumas marcas de dentes próximas a estes ferimentos, sugerindo que houve algum tipo de interação com outros golfinhos em uma tentativa de ajuda, enquanto ele estava emalhado na rede. Este tipo de comportamento já foi descrito na literatura em outras espécies de golfinhos. Já na análise das vísceras, alterações crônicas foram observadas, indicando que o animal já estava debilitado há bastante tempo.

Para ampliar ao máximo as informações sobre a espécie e fortalecer as pesquisas futuras, amostras de tecidos foram coletadas para análise.

Stenella attenuata

Segundo o livro "Baleias, Botos e Golfinhos do Brasil" essa é uma espécie que tem como referência um rosto tipicamente longo, coloração cinza-claro e uma capa dorsal escura. Destaca-se por desenvolver pintas por toda região corporal ao longo de sua vida. Esse padrão de pintas varia individualmente e de acordo com a idade e a região geográfica. Quanto mais velho, mais pintas apresentam.

Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS)

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama e coordenado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Ao encontrar animais marinhos mortos ou vivos, que estejam debilitados, você pode ligar para o 0800-642-3341 e ajudar nesse trabalho de salvar animais marinhos!

 

 

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